Painel CZ – 21 de setembro de 2008
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Painel Cruz de Savóia
TESTA DI CAZZO (interino e obediente) –
cruzdesavoia@gmail.com
Argumento forte
Esse ano certamente não é o ano daquele que se dedica a ser diferenciado. Escândalos, apego ao poder e baixaria parecem ter sido a receita do sucesso no Brasil. Aqui sabemos que o clube querido não leva nada esse ano, nenhum título. Por isso a insistência em rechear as colunas de notas terroristas contra o resto da patota de baixo, assim não precisamos encarar os fatos. Vai que aparece alguém querendo falar sério e estaríamos aqui a analisar as reais condições financeiras do nosso clube para poder reconstruir nosso longínquo estádio, antes do metrô chegar lá trazendo os inspetores da FIFA.; agindo dessa forma, não temos que comentar as contratações a baixo custo, frustradas ao longo do ano, para que ninguém venha a deduzir que o caixa da Boutique anda baixo faz tempo. E ainda sobra espaço para anunciar que o presidente do nosso clube inaugurou um bar.
(…)
Esquisito. Cartolas são-paulinos dizem que se sentem novamente incomodados por aquele cheiro estranho… Pois como seria possível os mesmos inspetores que ficaram im-pres-sio-na-dos com as instalações do Morumbi, virem agora dizer que o estádio está ultrapassado?
Apoio. A diretoria do São Paulo tratou logo de partir a criança ao meio para não perdê-la por completo. Manifestou, como sempre fez, seu apoio ao Palmeiras e à sua Arena para sediar jogos da Copa-14. E ao invés de desdenhar a determinação da FIFA em só aceitar uma sede por estado, os cartolas leonores hoje já argumentam:
Madame Conhece bem Paris e diz que tudo é possível!
Sacolão. A diretoria rival, por sua vez, continua se engalfinhando em seu balaio de gatos e tentando se perpetuar no poder, como se aquilo fosse uma quitanda, um mercadão… Coisa de quem não tem um bar alegre, nem nunca vai inaugurar uma lojinha frufru.
Dividida
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“O Rui Ohtake vive do nome da família. Ele fez o projeto ‘kamikase’, que é repleto de efeitos especiais e poderia concorrer ao Oscar”
de Antônio Roque Citadini, que conhece bem a história de Madame – e vira e mexe volta para nos perturbar.
No carderno Esportes ocorre o mesmo. Basta o time querido não brigar pelo título, não estar nem entre os 4 primeiros, que mandam aos quintos as falácias da “imparcialidade jornalística” e do “jornalista esportivo não tem time”. O caderno às vezes se assemelha ao release entregue por uma assessoria amiguinha e reproduzido em formato de jornal.
Vira um “tablóide chapa branca”.
Especialmente neste domingo a edição impressa estava particularmente cruel com o Palestra, e devo aqui reproduzir alguma coisa – seja para a análise de quem não leu, seja para justificar minha tese. Começa com PVC e sua coluna entitulada “A visão do fracasso”; o colunista pretende escrever sobre um fato que julga inédito, que é a diretoria do SPFW ter de se deparar com os próprios erros de planejamento e a falta de títulos no ano. Mas olha o que sai:
“(…) É por isso que 2009 já começou no Morumbi e tem estratégia completamente diferente da usada pelos outros clubes da Série A. Todos contratam, o São Paulo quer revelar.”
Dinheiro privado, não. Além disso o clube é o maior devedor da Previdência entre os grandes da capital, não há como investir. Acontece. Como acontece a outros grandes terem um ano irregular em que não disputam sequer uma vaga na Libertadores. Nem por isso entram em depressão, ou tentam depreciar os outros clubes como se estivessem um degrau acima; porque não vivem de fazer vitrine.
Mas então vem a matéria “dedicada ao jogo”. A manchete é uma pérola, o texto…:
“Luxemburgo visa topo após estiagem”
“Ele se diz obcecado por títulos e vitórias. Mas não lidera uma rodada do Brasileiro há mais de duas temporadas.(…) De acordo com levantamento do Datafolha, a última vez que Luxemburgo figurou na cabeça da tabela foi em maio de 2006 (…) A partir de então, o atual treinador palmeirense amarga 96 rodadas sem conseguir figurar no primeiro lugar (…)”
A matéria segue nesse tom, debulhando números esquisofrênicos na mesa do café dominical do leitor, até atingir seu ápice:
“O fato é que, desde que voltou da Europa, Luxemburgo se viu ofuscado pelo rival Muricy Ramalho (…) Hoje, Muricy Ramalho rivaliza as atenções da CBF com o próprio treinador palmeirense para a seleção brasileira, caso Dunga deixe a cadeira vaga. “
Uma sutileza revela a prova do que disse antes, o fato do texto se parecer com um release publicitário: repare o leitor como “Muricy Ramalho“, no texto, tem sempre nome e sobrenome. Vanderlei é só Luxemburgo, sempre que citado, ou simplesmente “o treinador palmeirense“. Lá, do outro lado. Repito, era a página do Palmeiras, o jogo era contra o Vasco. Mas intenção do texto (assinado por Toni Assis) é infiltrar o treinador leonor na matéria, compará-lo com o nosso e diminuir Vanderlei. Com números manipulados para se prestarem ao marketing de alguém ou de alguma instituição.
Na única foto do dia do Palmeiras, tudo que o leitor que comprou a Folha pode ver é Luxemburgo de costas. Nada de torcida, ou último treino, nada de colocar o rosto de nenhum ídolo… Espanta-me não ter uma foto de Muricy encaixada. Futebol, então, necas.
E nossa própria diretoria ainda deu de brinde um box para a Folha., assinado pelo interino que escreve aquele painel não tão legal:
“Della Monica, agora, quer reeleição”
“A paz foi definitivamente quebrada no Palmeiras (…) Della Monica cansou de esperar a decisão do ‘Muda Palmeiras’, que tem o controle de futebol do clube. Até agora, o grupo tem se mostrado contrário à continuidade do presidente.
-A Insensibilidade política do ‘Muda Palmeiras’ poderá eternizá-los fora do poder, em vez de 12 anos, como eles já ficaram, afirmou Fernando Pizzo, assessor especial da presidência (…)
Curiosamente, o rompimento entre os grupos de situação agora pode até aproximar Della Monica de Mustafá (…)
O presidente do conselho, Seraphim del Grande, que pertence ao ‘Muda’, afirmou ser contrário à prorrogação do mandato de Della Monica, mas que acompanhará a decisão do grupo.(…)
Para recorrer a um terceiro mandato em janeiro, Della Monica tem um forte aliado, o presidente da FPF, Marco Polo del Nero, que também é conselheiro do Palmeiras. Ele disse à Folha ver com ‘bons olhos’ a continuidade do colega no cargo.”
Senhor Della Monica, isso era hora de expor o clube na imprensa, mandando um assessor vomitar notinhas ameaçadoras? O senhor tem amor pelo Palmeiras, quer vê-lo forte e campeão, ou só que a cadeira a todo custo, à base de quaisquer alianças? E, quanto a Seraphim del Grande, fica meio esquisito: qual a opinião do presidente do conselho a respeito do assunto? (Esse blog se sente de alma lavada, porque passou por antipático, mas agora fica claro que as moscas são as mesmas.)
A página do Palmeiras termina com as escalações perdidas no rodapé da página e uma coluninha com Marcos, no seu dia de festa. A manchete:
” ‘Não podemos mais vacilar’, diz Marcos, 400″
É, mas não vacilamos. Marcão fez defesa de Marcão; pela defesa, ninguém passou. A torcida grudou no time, o time decolou. A diferença para o ponteiro diminui no passo de uma corrida de cavalo na reta final, e o Palestra vai atroplear! Golaço de Diego! Vamos ver agora o nível das manchetes durante a semana.
Deixo no post imediatamente abaixo uma bela coletânea do PFC apresentando os melhores lances da partida. Mais tarde o Quizz (cujo prêmio simbólico já está em confecção para todos os que já acertaram e ainda vão acertar) e o Bolão atualizado. Por enquanto parabéns para Palhaço Gótico, Fernando Kamers, Fernando Dalcin e Dimar Alves, que são bons de palpite e já acertaram algumas vezes antes de cravarem corretamente o resultado contra o Vasco. Abraço, amici!
Colha aqui wallpapers com fotos da última vitória.
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“Filipuncius” é um codinome agradável aos ouvidos de qualquer Palestrino – foi elogioso.
Sabia que gostaria da ilustração!
Filipuncius?
Legal a ilustração para “Rivale”.
Vamos conferir esse Painel de hoje, Filipuncius!
Mas hoje, Palestrino, esse painel se superou, ao dar voz pro arquiteto (sic), em contexto nada a ver, arrotando merda que não tinha nada a ver com o nada a ver do contexto nada a ver, tendo porra nenhuma a ver com coisa alguma.
Cheio de gratuidades, o arrudinha cu-do-piru.
Agora, o roque até sabe disso tudo, mas só fala a muito custo. É o que chamamos de CUZÃO. Mas cá entre nós, hein.
Fora isso, madame dizer que até acha possível que, como em Paris, a fifa divida a criança ao meio, é DE FODER…
É como dizes: madame assopra pra depois chicotear…
Abraço.
E o PVC não era assim. Incrível como à medida que um jornalista cresce ele vai se proximando mais de Madame (ou seria o inverso?)
Essa do investimento na base foi o cu do peru.
E a dúvida: se elas são o clube-modelo, porque isso já não era feito há tempos?
No mais, os leonores são a encarnação futebolística da tucanagem demoníaca. Por isso a Falha os abraçou, já que na Barão de Limeira só vale aquilo que é contra o povo.