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Archive for 9 de março de 2009

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É até lugar-comum afirmar que o brasileiro tem o péssimo costume de esquecer ou desprezar seus ídolos, principalmente aqueles que elevaram o nome do Brasil através do esporte. Mas hoje, esse péssimo costume vai caindo em desuso para dar lugar a sentimentos ainda mais repugnantes: o ódio e o preconceito.

Na era do Big Brother, alguns se vêem no direito de julgar a vida pessoal de qualquer pessoa pública como se assistissem ao programa forjado de uma vida de plástico, esperando a hora certa de mandar fulano ou ciclano para o ‘paredão’. Se esquecem, simplesmente, que se dirigem de maneira tão ofensiva a um ser humano de carne e osso, e diminuem a si próprios.

Não me canso de rever as imagens de Ronaldo dependurado no alambrado, em especial a foto que ilustrou a capa do Estadão de hoje. Não há como não se emocionar com a expressão do Fenômeno: ali, após decretar o resultado de um dos maiores clássicos do mundo, ele soube que estava de volta. Soube que venceu novamente toda essa gente medíocre que apontava sua morte; Ronaldo venceu a si mesmo e às pessoas que passaram meses zombando dele, de sua barriga, de seus deslizes.

Muitos corinthianos, inclusive, embarcaram nessa – e não deveriam ter o direito de comemorar esse gol.

Olhando a foto, vendo a emoção incontida de um astro que poderia estar onde quisesse nesse mundo, de boa (mas estava lá, se emocionando com o povo, sob o calor desumano de uma cidade do interior do Brasil), não há como deixar de sentir orgulho: no meio de tanta merda, fico feliz por ser brasileiro.

Vejo esperança quando constato que o cidadão mais sacaneado do mundo, o pobre tupiniquim, tem um exemplo desse tamanho para se espelhar: deram Ronaldo como morto por três vezes, e por três vezes ele ressucitou de maneira inconteste; invadiram sua vida particular de uma forma canibalesca; tentaram associar os piores vícios e maldades ao seu nome – mas Ronaldo não desiste.

E, se um ídolo desse quilate não desiste, depois de tudo que passou, ninguém pode desistir.

Após o gol, quase quebrei uma mesa do Isidoro com a testa, de tanto ódio. Saí da linha e perdi a compostura. Mas não sou burro… Nem ingrato com quem já me deu tanta alegria na vida, e confesso que estou muito feliz por Ronaldo, mas muito feliz mesmo: ele merece, e isso não tem nada a ver com Palmeiras x Corinthians.

Não me canso de rever as fotos do alambrado, e todas as vezes que o faço abstraio imediatamente a camisa que ele veste (não é a amarelinha). E consigo abstrair o mito, o ídolo, o fenômeno: só vejo um brasileiro que sofreu muito, um menino que todos adoram e que não abre mão de seu sonho; ao contrário, luta por ele até que se torne realidade – e ele sempre consegue.

O que não dá para abstrair é o ódio, as imitações de macaco, as piadas baixas que tentam ridicularizar a alegria de uma torcida por sua condição social, o despeito de quem o chama de travesti. O que me deixa triste e desiludido com o futebol é  fazer parte de uma torcida que se esqueceu de sua história de imigrante.

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dando um giro…

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Perguntas necessárias

Ao fim

Torcida critica Luxemburgo .

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